Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

sexta-feira, 14 de março de 2014

DESEJOS (Ao dia internacional da poesia)

 AO DIA INTERNACIONAL DA POESIA...


DESEJOS (Rosidelma Fraga. IN: Cantares de Amor).

Apareço de costas em meu verso
como quem tira o roupão atrás da porta.

Excito a voz rouca do poema
fecho o botão da camisa
e saio desnuda frente ao espelho.

Rasgo o véu da palavra incerteza
E certamente banho na fonte
das metáforas de ser e de amar.

Toda nua, toda rouca, toda cheirosa
A poesia sai de mim pé por pé
E se entrega na cama do desejo lírico.

Depois de ser amassada e sugada
A poesia sai de madrugada
e lê um convite caído ao chão:

VAI TER UM BAILE NO CÉU
ONDE DEUS TODO NU VIRARÁ CANÇÃO.
A poesia entrará de pernas abertas
pela porta da frente e com seios fartos.

Eis que os anjos calar-se-ão.
E eu chego descalça
Viro Afrodite com saia de Eros
E sambarei por toda a minha vida.