Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

ESTRÓBILO

(Para Rosidelma Fraga)

Tua alma,
Estróbilo prenhe de poesia,
Distribui-se em sementes.

Sementes lançadas,
De um céu no solo,
A um solo no self.

Sementes levadas,
Pelo vento insular da tua voz.

Sementes plantadas,
Nos vales do mundo a gerar,
A gênese do verso.

Sementes que alimentam de infinito,
Os ócios e vazios do universo.

Fazendo-os férteis,
Repositórios de poesia.

Da poesia de que és,
A forma perfeita e original.

Da poesia que toma o corpo,
Coloniza a mente,
E fecunda o espírito.

Poesia senhora de si,
Poesia sem hora de ser.

Poesia em suma,
Em sumo,
Em soma de vidas.

Poesia vivida,
Princípio vivente.

Das sementes,
A vicejar impunemente.

A crescer inestancável,
No coração de quem sente.

De quem sente, como eu,
A luz chegar de repente.

(Autor: Hebane Lucácius)